Blog

TERAPIA CORPORAL Á SAÚDE SEXUAL MASCULINA - Início

A mesma pesquisa demonstra que a frequência de relações sexuais efetivamente realizadas foi muito desproporcional ao desejado, três vezes por semana. Seria este um indicativo de uma saúde sexual masculina fragilizada? Uma segunda pesquisa de 2000, sobre o perfil sexual do brasileiro, revelou que quase metade dos homens, 47% sofrem de algum tipo de disfunção sexual, revelando problema de saúde sexual masculina em quase metade da população, com repercussões significativas na sua qualidade de vida. A terapia corporal, mostra-se muito eficaz no processo de autoconhecimento sexual masculino, reverberando positivamente no tratamento das disfunções sexuais reveladas na pesquisa acima citada, a terapia utiliza no atendimento o que há de mais avançado na tecnologia moderna, o corpo, sua energia vital e seus sentidos, como instrumento de autoconhecimento e evolução sexual, de maneira a estimular a capacidade de envolver todo o corpo no ato sexual. O Processo terapêutico desenvolve-se através da consciência que no corpo existe energia masculina e feminina unificadas, que são acionadas e experienciadas através das massagens, respiração e meditação ativa, trazendo equilíbrio energético aos sete chakras, manifestando-se em uma sensação de plenitude, segurança, bem-estar sexual, que resulta em uma vida sexual ancorada no corpo e nas energias masculina e feminina unificadas, percebendo-se totalmente integrado. A abordagem terapêutica corporal aplicada para melhorar a saúde sexual masculina, se resume basicamente em conduzir o paciente a se libertar do primitivo sexo falocêntrico, praticado com foco apenas no sentido visual, contando com o pênis como órgão único e fundamental para seu prazer. O processo terapêutico com as técnicas corporais, consiste na tomada de consciência que precisa aceitar, acessar e integrar no corpo e sexualidade a energia feminina, como valioso instrumento para potencializar, expandir para todo corpo a capacidade de sentir e expandir prazer sexual.

Segundo o DSM-IV, as disfunções sexuais caracterizam-se por uma perturbação nos processos do ciclo de resposta sexual ou por ser associada a relação sexual. A Disfunção Sexual Masculina inclui disfunção erétil (DE), alterações na libido, ejaculação precoce ou retardada, anorgasmia. O objetivo do presente trabalho é apresentar a terapia tântrica como ferramenta alternativa e integrativa disponível para o autoconhecimento sexual e melhora da qualidade do prazer sexual masculino ou como método de prevenção ou tratamento das disfunções sexuais masculina, muitas vezes impactada negativamente pela prática inconsciente de um sexo limitado pelo falocentrismo social.

CONCEITO DE TANTRA: Palavra de origem sânscrita com vários significados: TAN significa Expansão e TRA significa liberação; outros significados como tecido, teia, trama.

FALOCENTRISMO: Visão ou forma de pensamento que defende uma superioridade masculina. Na sexualidade masculina significa atribuir ao pênis(falo), importância máxima ao seu prazer sexual e da sua parceria, de modo a desconsiderar a grande importância de todo o resto do corpo para uma sexualidade plena e satisfatória, causando sofrimento para o homem.

Origem do Tantra:

Na antiga Índia, atual Caxemira Indiana. No entanto de acordo com André Van Lysebeteth no livro Tantra o culto da feminilidade, pag.37, levanta a possibilidade do Tantra ter surgido a mais de 9.0000 anos, antes de Cristo na cidade de Anatólia Turquia.

Segundo OSHO em seu livro: Tantra O Caminho da Aceitação, o Tantra é uma ciência, pois não se trata de uma proposição intelectual, mas uma experiência e somente quando você estiver receptivo, disposto e vulnerável a experiência ela virá até você. Para conhecer o Tantra você precisa de uma mudança (pag. 50).

Há 4 milhões de anos os hormônios motivavam a vida sexual dos nossos possíveis ancestrais que viveram no sul da África (Primatas Australopithecus Afarensis), hominídeos extintos, o desejo sexual era provocado exclusivamente pela bioquímica produzida pelo corpo, com função meramente reprodutiva, a posição sexual era determinada pela posição do genital no corpo da fêmea, que se localizava na parte inferior atrás do corpo, por conseguinte a única posição sexual possível era a de quatro.

Forçoso então afirmar que esta posição sexual (quatro) que modernamente ainda atrai muitos homens, é a posição sexual mais primitiva existente na história da evolução sexual humana.

Na abordagem da terapia tântrica, fazer sexo na posição de quatro não contribui com a prática de um sexo satisfatório, afetivo, amoroso e que facilite a conexão energética do casal, já que ambos ficam conectados apenas pelo chakra sexual, que está relacionado com os aspectos de força, vitalidade física e reprodução. Para a terapia tântrica, a posição sexual de quatro é uma forma primitiva, limitada energeticamente de prática sexual.

A posição sexual indicada pela terapia tântrica para potencializar a conexão sexual amorosa e energética com a parceria, já que esta posição facilita a conexão direta dos sete principais chakras do corpo, sendo conhecida no tantra como yab yum, representada pela imagem do senhor Shiva e a Deusa Shakti simbolizando a união das energias masculina e feminina. No decorrer do processo de civilização, muitas repressões advindas da educação, das religiões e do patriarcado falocêntrico, bloquearam e distorceram a expressão natural da energia mais poderosa e criativa que pulsa no corpo humano, a energia sexual. Isso somado à desconexão com o próprio corpo, o ritmo de vida acelerado, educação machista, crenças limitantes, trouxe muitas dificuldades para maioria dos homens em acessar sua energia yin (Shakti) nos relacionamentos afetivos sexuais, resultando em um número alarmante de homens com algum tipo de insatisfação ou disfunção sexual. Isso porque a negação ou resistência da energia yin (Shakti) pelo masculino na sua sexualidade, provoca no masculino uma rigidez que vai da falta de movimento no corpo até dificuldade em sentir amor, afeto, prazer em suas experiências sexuais e em um nível mais exagerado, leva inconscientemente o masculino a utilizar a prática sexual para subestimar, objetificar, agredir, ferir, humilhar e violentar a parceria. Na abordagem tantra, os corpos do macho e da fêmea possuem além dos sete principais centros de energias conhecidos como chakras, possuem mais duas energias a do masculino (energia Shiva) e do feminino (energia Shakti), mais popularmente conhecidas como yin e yang. Para a terapia tântrica não existe corpo macho sem energia feminina e não existe corpo fêmea sem a energia masculina. Conforme muito bem simbolizado na imagem do Deus Shiva, onde no seu corpo figura a imagem do masculino e feminino fundido em um único corpo representando o uno.

Quando o homem nega ou resiste a sua energia feminina, comprometendo o equilíbrio das energias dos chakras, consequentemente sua energia vital fica comprometida, causando em muitos casos insatisfação sexual, disfunção sexual e em casos mais severos a prática de sexo perverso, violento.

Sabemos que o homem na sua pratica sexual, costuma acessar seu corpo focando nos órgãos de energia yang (masculina), como os olhos e pênis, por ser sexualmente muito visual, coloca seu foco no olhar e na ereção do pênis (sexo falocêntrico), e ambos olhos e pênis são órgãos que jogam a energia do corpo pra fora, de modo que após a pratica sexual se sente esgotado fisicamente, tanto que ao contrário da mulher, não tem força (energia) para continuar por mais tempo na relação sexual e seu orgasmo é breve e quase sempre acompanhado de uma ejaculação precoce e desnecessária, o sexo se apresenta superficial e insatisfatório, o que leva o homem a pensar muito em sexo, conforme confirmado pela pesquisa A pesquisa Mosaico 2.0 realizada em 2016, pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-USP, levantou que no Brasil os brasileiros(homens), apesar de na sua maioria 96,2% acharem o sexo essencial, declarando que gostariam de fazer sexo ao menos 8 vezes por semana, e segundo a mesma pesquisa a frequência efetivamente feita de sexo semanal é muito desproporcional ao desejado pelos homens pesquisados, ou seja fazem sexo três vezes por semana, mas desejam fazer 8 vezes por semana. Seria este indicativo de uma saúde sexual masculina muito fragilizada?

03 / Dez / 2022
Prem Suryachandva

Comente esta publicação

Conheça nosso espaço